04 junho 2006

cibercultura
somos todos redes móveis
Se existe algo que tem se disseminado mais do que as novas tecnologias nos últimos anos, são livros sobre as novas tecnologias. Seja elogiando, seja criticando, esses livros concorrem cabeça-a-cabeça com livros de auto-ajuda nas prateleiras das livrarias. Para usar a famosa classificação de Umberto Eco, nem apocalípticos nem integrados querem ficar de fora da discussão.

Isso está gerando uma grande quantidade de material redundante e que já chega obsoleto às livrarias, mas por outro lado tem nos presenteado periodicamente com algumas análises lúcidas da vida conectada no início do século vinte e um. "Me ++" é uma dessas análises que fazem a diferença.

Escrito por William J. Mitchell - professor de Arquitetura, Artes e Ciências Midiáticas, Reitor da Escola de Arquitetura e Planejamento do MIT e autor de "City of Bits", onde analisava a relação da Internet com o espaço urbano - "Me ++" leva suas considerações um passo além e amplia o espectro para a figura do ser humano. Como viver num mundo onde as tecnologias já estão efetivamente mudando códigos e políticas no cotidiano?


Não se trata, contudo, de mais um elogio deslavado aos PCs, GPS, PDAs e outros acrônimos fundamentais. Mitchell parte do Humano com H maiúsculo e o transforma num Eu (Me) com algo a mais (representado pelos dois sinais de plus), partindo do princípio de que consistimos "de um núcleo biológico cercado por sistemas construídos e estendido por meio de fronteiras e redes". As fronteiras, segundo ele, definem um espaço de invólucros e lugares, ao passo que as redes estabelecem um espaço de vínculos e fluxos.
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Nesse caldo pós-moderno de livros sobre tecnologias digitais, "Me ++" se destaca de forma maciça porém elegante, como uma arcologia de Paolo Soleri.
Fábio Fernandes
mais...http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2012&cd_materia=603

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