04 junho 2006

futurologia
metrópoles beduínas
cidades que (literalmente) andam: fantasia ou realidade?

A diferença entre os trabalhadores que concentram atividades produtivas em torno de suas habitações e os povos coletores em constante migração é um dos dualismos mais analisados da filosofia universal. Apesar do estabelecimento inelutável das cidades modernas, o nomadismo tem sido recuperado e reedificado, e não o contrário. Mais do que uma simples invenção de artistas e arquitetos, a idéia de avivar as cidades, tornado-as elas próprias nômades, vem se destacando da fantasia e adquirindo, literalmente, características reais. Apesar dos exemplos esparsos, é possível construir uma narrativa que se inicia com um castelo encantado munido com garras mecânicas, trafega pelas idéias de um grupo de arquitetos visionários da década de 60 e termina numa moderna estação polar construída sobre esquis. Em um futuro não muito distante, as "cidades que caminham" não serão mais fruto da imaginação fértil de arquitetos radicais e sim a realização definitiva da autonomia urbana. Guilherme Kujawski

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