29 maio 2008

CIBER CIDADES
















... "Para Barbero, as cidades pós-industriais estão passando por transformações tecno-operativas importantes com a advento das novas tecnologias de comunicação, caracterizando-se por um movimento crescente de desterritorialização dos mundos simbólicos e esfacelamento de fronteiras entre o arcaico e o moderno, entre o local e o global, a cultura letrada e a audiovisual. Estas transformações repercutem nas formas do estar-junto nas cidades contemporâneas, abrindo o espaço para que estas entrem em "acelerados processos de modernização urbana e os cenários de comunicação que, em suas fragmentações e fluxos, conexões e redes, apresenta a cidade virtual" (Barbero, 1996, p. 27).
Entramos no paradigma informacional que substitui o paradigma comunicacional. O novo paradigma está centrado sobre o conceito de fluxos, no mesmo sentido tomado por Castells. Existe assim, neste espaço de fluxo, três fatores: a des-espacialização, o descentramento e a des-urbanização. O primeiro refere-se à ênfase no tempo das trocas, no fluxo de informações que transforma os lugares em espaços de fluxos. O segundo, que se refere a perda do centro, significa que, no espaço de fluxos, todos os lugares são equivalentes, acarretando a desvalorização de lugares antes tidos como centrais, como praças, monumentos ou ruas. O terceiro fator lida com à perda cada vez maior de uso da cidade pelos cidadãos. Isso significa que o fluxo pelas ruas, praças, avenidas e monumentos se fazem, agora, na lógica da consumação e do trabalho, fazendo com que os cidadãos fujam do caos urbano, seja refugiando-se em espaços paradisíacos privados (shoppings, condomínios fechados, guetos), seja fugindo para espaços periféricos dos grandes centros.
É nesta trilogia de efeitos que devemos pensar o surgimento das ciber-cidades, já que é neste espaço de fluxos, forma predominante de trocas na sociedade de informação na cibercultura, o terreno para o crescimento das cidades digitais, embora, como vimos, ela não deva ser pensada em oposição àquela ancorada nos espaços de lugares, bem ao contrário. Para Castells este espaço de fluxos "está tornando-se a manifestação espacial dominante de poder e função em nossas sociedades" (Castells, 1996, p.378), o que aumenta a responsabilidade social na implementação de ciber-cidades. Estas podem ser vistas como a atual integração de localidades e regiões nas emergentes redes telemáticas mundiais. Não é à toa que os grandes portais e sites informativos têm, em suas paginas, links para ciber-cidades com informações as mais diversas sobres as cidades reais. Instituições governamentais e privadas participam ativamente da construção de sites que forneçam informações sobre elas mesmas e as cidades as quais pertencem.
Para Barbero, as ciber-cidades apontam para esta nova forma de vida nas cidades reais. Estas são, desde sempre, construção de espaço concreto, mas também, de espaço comunicacional que refaz o espaço construído: "na cidade dos fluxos comunicativos contam mais os processos que as coisas, a ubiqüidade e instantaneidade da informação ou da decisão via telefone celular ou fax a partir do computador pessoal, a facilidade e rapidez dos pagamentos ou a aquisição de dinheiro pelos cartões" (Barbero, 1996, p.33).
As ciber-cidades atendem assim, ao crescimento da insegurança social, a instalação de não lugares e ao fluxo comunicativo crescente, transformando-se em uma espécie de salvação das cidades reais, onde predomina o espaço de lugares. Elas podem ainda facilitar, pelo anonimato, que os indivíduos liberem-se de todo constrangimento identitário e possam aproveitar a desterritorialização de suas subjetividades onde estar em casa não significa estar isolado do mundo, podendo flanar pelo ciberespaço e entrar em contato com o outro. Sabemos que toda cidade é construída a partir de fluxo de informação mas, pela primeira vez, o fluxo de informação numérica por redes telemáticas planetárias influenciam a configuração das trocas sociais e comunicativa nas cidades. Como afirma Castells, "a cidade global não é um lugar, mas um processo. Um processo pelo qual centros de produção e consumo de serviços avançados, e as sociedades locais subordinadas a ele, é conectado em uma cadeia global (...) na base de fluxos de informação." (Castells, 1996, 386). Castells chama a atenção também para o fato de que a emergente troca de informações telemáticas potencializam uma separação entre as relações no espaço e aquelas na rede, como por exemplo as várias funções exercidas na vida cotidiana, como trabalhar, comprar, se educar ou mesmo se divertir. No entanto, o sociólogo espanhol mostra que em nenhum momento esta dissociação pode ser interpretada como esvaziamento da cidade real em função da separação e isolamento de seus indivíduos. Muito pelo contrario, as trocas tenderiam a aumentar, no espaço físico, os problemas como a circulação de pessoas. Os problemas de transportes tenderiam mesmo a se agravar, já que, pelo impacto das novas tecnologias na vida cotidiana, as pessoas estariam liberadas do confinamento espaço-temporal em escritórios, agências de burocracia, bancos ou supermercados. Mesmo o teleshopping poderá substituir a compra atual por catálogos, mas não a ida de pessoas à shopping centers ou mercados comunitários.
Neste sentido, a construção de ciber-cidades pode potencializar, além de trocas entre os que estão distantes, por via telemática, o contato e a troca em espaços físicos concretos.

... As ciber-cidades devem potencializar trocas entre seus cidadãos e a ocupação de espaços concretos da cidade real, ao invés de ser uma simples substituição. O espaço de fluxos complexifica o espaço de lugar das cidades. Como afirma Castells, "como outras atividades da vida quotidiana, ele suplementa ao invés de substituir áreas comerciais" (Castells, 1996, 396). Estamos longe do fim das cidades, embora as cidades reais estejam em crise desde o surgimento da modernidade industrial. A cidade-mundo da era da informação é, como afirma Castells, mais um processo do que uma forma urbana concreta, presa entre muros e asfalto. "
Trecho do artigo CIBER-CIDADES de André Lemos


CIBERESPAÇO

...Willian Gibson (1991), em seu livro "Neuromancer", foi o primeiro autor a utilizar o termo para designar este ambiente artificial, onde dados e relações sociais trafegam (ou navegam?) indiscriminadamente. Para ele, o conceito de ciberespaço é o de um espaço não físico ou territorial no qual uma alucinação consensual pode ser experimentada diariamente pelos usuários.
O ciberespaço é a "MATRIX", uma região abstrata invisível que permite a circulação de informações na forma de imagens, sons, textos etc. Este espaço virtual está em vias de globalização planetária e já constitui um espaço social de trocas simbólicas entre pessoas dos mais diversos locais do planeta. Cabe lembrar que a dinâmica imaterial do ciberespaço é apoiada no avanço das forças produtivas do sistema capitalista, na sua busca incessante de aumentar a velocidade de rotação do capital e das transações mercantis e financeiras em escala planetária e é também resultante das tecnologias voltadas para a Guerra, como a Internet.
Para tanto, todo um investimento em tecnologia de informação se apresenta. As grafias deixadas pelas técnicas no atual estágio de produção social do espaço se expressam nos sistemas de satélites, cabos de fibra ótica, teleportos, redes de computadores com inovações constantes em softwares, hardwares etc. Atualmente, o ciberespaço pode ser compreendido a partir de duas perspectivas:
1) como via expressa de informação através da conexão de computadores em rede e
2) como realidade virtual.
Para que se possa ter acesso à via expressa de informação, é necessário que sejam estabelecidas as "condições ambientais" do ciberespaço. O ambiente construído é a expressão material que permite conexão com um novo sistema de relações sociais.
Tais condições só nos são possíveis a partir de um arranjo espacial que inclui o computador, monitor, teclado, mouse, linha telefônica, provedor de acesso, redes telemáticas e outros meios eletrônicos capazes de nos conectar com o ciberespaço. Estas formas estáticas, aos quais estamos fisicamente ligados, nos transportam, através da virtualidade, para um mundo onde prevalecem as nossas sensações. A experiência de tempo e espaço não existe "nas coisas visíveis do ciberespaço", mas aparece somente na zona do subjetivo. Desse modo, o ciberespaço é uma veleidade, no sentido de abrir alguma possibilidade de enfoque idealista da materialidade social da sociedade moderna.
Para que possamos prosseguir se faz necessário esclarecer o que entendemos por "realidade virtual". Trata-se, claramente, de uma revolução. Uma alteração radical na forma de conceber o tempo e o espaço, e mesmo os relacionamentos. Segundo Pierre Levy (1996, p.16)," o virtual não se opõe ao real e sua efetivação material, mas sim ao atual". Filosoficamente, o virtual é entendido como o que existe em potência e não em ato. O virtual é extensão do real, ou seja, é um real latente. As imagens virtuais fazem mediação da realidade. O tempo instantâneo e o espaço virtual são os novos vetores que se inserem e se articulam ao ambiente construído pela sociedade em rede telemática.

Trecho do artigo 'A geograficidade do ciberespaço'
Prof. Dr. Carlos Alberto F. da Silva / Profª. Msc. Michéle Tancman Candido da Silva

04 maio 2008

A CASA DA CASCATA 
Frank Lloyd Wright
Considerada uma das mais famosas casas do mundo, a Casa da Cascata (em inglês: Fallingwater house) ou Casa Kaufmann (nome da família de seu primeiro proprietário) é uma residência localizada perto de Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia nos Estados Unidos. Foi construída em 1936 e projetada pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, figura chave da arquitetura organica, um desdobramento da arquitetura moderna, que se contrapunha ao ‘international style’ europeu.


Originalmente utilizada como residência de veraneio da família, a casa hoje é um museu. O proprietário era o homem de negócios Edgar Kaufmann, cujo filho Edgar Jr. foi aluno de arquitetura de Wright. Foi construída em meio a um bosque, no interior de uma propriedade da família. Sua principal característica, no entanto, é o fato de ter sido erigida sobre uma pequena queda d'água, utilizando-se dos elementos naturais ali presentes (como as pedras, vegetação e a própria água) como constituintes da composição arquitetônica. Assim como várias outras obras de Wright, foi construída com materiais experimentais para a época.


 
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